2006/08/17

Lua... Moon... Kuu... Луна...







Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas, e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros ?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?

Fugaz, com que direito tens-me pressa
A alma, que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tão pouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética e indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!

Soneto da lua, Vinicius de Moraes

Why do you have, why doyou have dark eyes
and hands that are languid, insane, and without end
Who are you, who are you, not me, and you are in me,
Impure as the good that is in the pure ones?

What passion made your lips so mature
In a face as your, child
Who created you so good for bad
and so fatal for my hard verses?

Runaway, with that right you have me haste
the soul, that cries for naked you
and you are not Tatiana nor Teresa:

And you are so little the woman who walks in the street
Vagabond, pathetic and defenseless
Oh my white and teeny moon!

Ode for the Moon, Vinicius de Moraes

(19/10/1913 - 09/07/1980 , Brazil)

1 Comments:

Blogger Xico Rocha said...

Uma obra prima a poesia.
As fotos servem como complemento que inevitávelmente proporciona beleza.
Xico Rocha

5:02 PM  

Post a Comment

<< Home